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O exemplo mais comum é o basalto. Pelo fato de existir no local (saco do inferninho) rochas vulcânicas (basaltos) algumas pessoas caracterizam esse local como um vulcão. Porém após ser indagado por algumas pessoas sobre o assunto comecei a ler sobre o fato e procurei alguns amigos meus, que já desenvolveram algumas pesquisas no local, após isto pude me preparar para escrever minha opiniãoà acerca do “Vulcão Saco do Inferninho” como é conhecido.
Em conversa com o geólogo e professor da UFRN, Marcos Nascimento ainda não podemos afirmar que se trata de um vulcão que entrou em erupção ou mesmo suas rochas se formaram sob a forma de um derrame, como os basaltos do Paraná. O que realmente pode ter ocorrido no local foi uma abertura de espaço por meio de fraturas na crosta terrestre, por onde o magma subiu até a superfície e literalmente "derramou", mas não necessariamente como um vulcão. São na verdade rochas basálticas com idade em torno de 25 milhões de anos atrás (a exemplo do Pico do Cabugi, no RN). Porém, devemos lembrar que nem sempre é necessário ter um vulcão para gerar rochas vulcânicas.
Já para o pesquisador, geógrafo e professor da UFPB, Leonardo Figueiredo “quando falamos em vulcão, lembramos logo de uma forma típica cônica gerada pela deformação da crosta quando do extravasamento do magma. Essa forma pode ainda ser originada pela deposição de camadas sucessivas de magma que vão se sobrepondo e aumentando a declividade na medida em que o cone vai ganhando altura. Avaliando as fotos do local conhecido como Saco do Inferninho, sou levado a concordar com os pesquisadores que sugerem que ali pode ter ocorrido ao invés de um vulcanismo explosivo, apenas um derrame de magma básico, originando os depósitos de basalto ali identificados. Aparentemente também não são ali identificadas estruturas remanescentes (neck, por exemplo) de vulcões extintos e “vítimas” dos processos erosivos, o que corrobora com a ideia de um derrame basáltico. Sobre possibilidades de reativação, talvez fosse o ponto a ser estudado, mas também acho um tanto remota essa possibilidade, dada a estabilidade geológica que nossa região apresenta há alguns milhões de anos já.
Antonio de Pádua Sobrinho |
Fica a pergunta mito ou verdade sobre a existência do vulcão? Estudos futuros com certeza comprovarão tal fato, enquanto isto o local continua sendo mais um ponto geoturístico da cidade de Picuí, formado por uma montanha de geometria cônica, com o topo povoado pela vegetação de caatinga, propício para o turismo, onde o visitante pode descansar enquanto observa os vales e elevações da região, devendo tornar-se uma das atrações turísticas mais apreciadas do Seridó paraibano.
Fotos: Equipe Trilhas na Caatinga Picuí-PB
Texto: Antônio de Pádua Sobrinho-Técnico em Mineração
Texto: Antônio de Pádua Sobrinho-Técnico em Mineração
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