domingo, 7 de agosto de 2011

JAIME DA COSTA PEREIRA, UM HOMEN DE BEM QUE DEIXOU SAUDADES E AÇÕES.


JAIME DA COSTA PEREIRA – Agricultor, pecuarista e líder político do Município de Cuité, PB, nasceu de pais agricultores, sendo o primeiro filho varão do casal Aniceto da Costa Pereira e Anna Izaura da Costa ( em solteira de Anna Izaura de Britto) , na pequena propriedade do casal, denominada Saco-do-Milho, situada em parte da área que hoje constitui o Município de Nova Floresta, aos vinte e oito dias do mês de fevereiro de 1920 (28/02/1920), tendo falecido em João Pessoa, PB, no Hospital da UNIMED, na noite do dia dezoito de maio de 2004 (18/05/2004).
Quando do nascimento de Jaime Pereira, o casal já tinha duas filhas, Almira Pereira da Costa e Maria Adélia da Costa. Entretanto os irmão ficariam, em pouco, órfãos, por falecimento de Da. Anna Izaura da Costa, em 23 de janeiro de 1923, em decorrência, do último e mal sucedido parto, ao dar à luz Cecília Izaura da Costa.
Com quatro filhos para criar, “seu” Aniceto Pereira casou-se, em segundas núpcias, com Da. Eufrázia Lira de Vasconcelos, em junho de 1923, após curto período de viuvez, de não mais de cinco meses. Jaime Pereira, que ficara órfão com apenas dois anos e onze meses, ganharia os seguintes irmãos, por parte de pai, na ordem cronológica: José Pereira da Costa, Martim Pereira da Costa, Maria do Carmo Pereira da Costa, Anacleto da Costa Pereira, Josefa Pereira da Costa, Tereza Pereira da Costa, Pedro Pereira da Costa, e Aniceto da Costa Pereira Filho.
Com oitenta e quatro anos bem vividos, guardava, ele, notáveis lembranças de sua vida e de sua luta pelo torrão que tanto amou, até o último sopro de energia vital: seu querido CUITÉ.
Ao longo de sua vida, costumava dizer “O TRABALHO É TUDO”... e, de fato, em quase tudo trabalhou, desde criança: foi agricultor desde os 9 anos; tangerino - transportador d’água; lojista; carpataz dos trabalhadores de seu pai; proprietário rural; caminhoneiro; empresário de ônbus e produtor/comprador de algodão e agave (sisal). Foi servidor público como Prefeito Constitucional (1959-1963) de Cuité - PB, e como Secretário de Obras Públicas do mesmo Município de 1983 a 1988.
Em 1940, tomou conta da propriedade IMBÉ, em Cuité - PB, que comprou de seu pai. Casou com Inês Duarte da Costa, no dia 01 de janeiro de 1941, em Picui, na Igreja de São Sebastião, após o que viajaram para a casa sede da sua propriedade, onde residiriam até 1950, quando foram morar na Sede do mesmo Município, em casa por ele recém-construída.
Sem ter tido oportunidade de estudar, Jaime Pereira foi grande incentivador da cultura e do saber: Convenceu seu pai, Aniceto Pereira, a deixar seu irmão José Pereira da Costa, estudar, tendo este sido o primeiro Cuiteense a se tornar médico; assegurou a educação de todos os seus dez (10) filhos: Edson, Elsa, Ediana, Socorro, Jaime Filho, Ana Sônia, Telma, José Aniceto, Maria do Carmo e Gutemberg.
Nosso saudoso Jaime Pereira deixou, ainda, vinte e oito (28) netos e quatorze (14) bisnetos (número que, atualmente, já se eleva para 22, tendendo para 24); dos mesmos, aqueles que o conheceram, tanto quanto seus filhos, sempre o adoraram e admiraram, pelo seu exemplo de cidadania, espírito público, honestidade, respeito à Ética e ao Direito, como instituições sagradas; e, acima de tudo, pelo seu especial apreço pelos simples e pelos humildes, com quem sempre conviveu de igual para igual.
Prefeito de Cuité, de 1959 a 1963, realizou muitas obras e uma profícua administração.
Listados os mais conhecidos atos administrativos de Jaime Pereira, enquanto Prefeito Constitucional de Cuité, relacionemos alguns gestos desse autêntico cuiteense, como simples cidadão:
•Sem ser religioso, apoiava todas as iniciativas dos religiosos de quaisquer tendências, desde que quisessem trabalhar pela comunidade, especialmente pelos menos favorecidos. Seu lema: “Crer em DEUS, que é santo forte” e“Fazer o bem sem olhar a quem”;
•Não admitia que se xingassem cegos, aleijados e loucos. Tomava-lhes as dores e se indispunha com os que os insultava. Defendia-os e lhes dava as esmolas que negava a preguiçosos e parasitas;
•Doou vastas áreas, de seu patrimônio particular, incondicionalmente, a pessoas de menor condição, para que os beneficiários pudessem vir a construir um teto, nos terrenos recebidos;
•Amigo leal de Pedro Simões Pimenta e do Padre Luíz Santiago, colaborou com a construção da nova Matriz de Cuité, opondo-se à demolição da primeira, que considerava um monumento histórico;
•Colaborou, substancialmente, com a construção do campo-de-aviação de Cuité, e sempre censurou os “letrados” que, tendo ficado encarregados de organizar o AEROCLUBE DE CUITÉ, deixaram o projeto abortar, e, como costumava dizer, a instituição “nunca decolou”. Quando da construção, ele afirmava que o campo de pouso salvaria vidas, previsão que se confirmou por diversas vezes;
•Contribuiu, prodigamente, junto com Benedito Venâncio, Pedro Simões, Padre Luíz Santiago, Benedito Régino e tantos outros, para a criação da APAMIC e para a construção de sua Maternidade;
•Viabilizou, com a oferta de terreno de sua propriedade, a instalação do sistema de telecomunicações da TELPA, em Cuité;
•Contribuiu, denodadamente, para a consolidação da Maçonaria em Cuité, bem como para a construção de seu Templo, na época um dos maiores do Estado;
•Batalhou, incansavelmente, junto com seus filhos Jaime e Edson Pereira, pela construção do Açude Boqueirão do Cais, no Governo Wilson Braga, sonho que viu realizado principalmente, pelo lado do Governo, graças ao empenho do Secretário José Silvino Sobrinho, por quem tinha justa admiração, e a quem disse, certa vez: “Doutor, o Curimataú não merece menos açudes do que o Sertão! Não deixe o Cuité com sede!”;
•Seu sonho por excelência, a construção do Açude do Japi, não pôde ver realizado, mas, em seus últimos dias, sorria feliz quando se dizia que o projeto de fechamento do boqueirão ficara pronto, e que era questão de tempo, o INCRA e o Governo Estadual mandarem executar, ali, uma barragem com cerca de oitenta milhões de metros cúbicos (80.000.000 m3);
Ninguém, mais do que Jaime Pereira, pediu chuva a Deus e açudagem aos homens, tendo, ele próprio, construído um sem número de pequenos açudes, barragens, tanques e cisternas.
Pedreiro Livre que era, Mestre Maçom, foi honrado por seus pares com cerimonial de despedida simples, mas de grande e comovente beleza, em que se rogou ao GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO (G.A.D.U.) pelo justo acolhimento da alma do pranteado Irmão.
Mas, um último pedido de Jaime Pereira parece ter sido atendido, pelo Grande Arquiteto de Todos os Mundos: duas copiosas chuvas, arrematadas por um belo arco-íris, caíram, durante o cortejo final, parecendo contribuir para uma crescente tranqüilidade de sua expressão, bem como para acentuar o leve sorriso que seus lábios esboçavam.
Campina Grande, 20 de julho de 2011
Fonte: Estes dados biográficos foram escritos pelo seu filho mais velho Edson da Costa Pereira.

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