quinta-feira, 6 de maio de 2010

Filme Urânio Picuí será exibido neste próximo sábado em praça publica




A direção do filme Urânio Picuí convidam toda comunidade picuíense para a exibição do documentário URÂNIO PICUÍ.
O filme será exibido neste próximo sábado as 20:00h em frente a matriz de São Sebastião
Participe você e nosso convidado especial.


Saiba mais a respeito:

No romance A Pedra do Reino, do escritor Ariano Suassuna, o personagem Antonio Morais é descrito por Quaderna como o dono “das minas da região.” Na peça Fogo Fátuo, de Lourdes Ramalho, um grupo de mineradores perto da cidade de Campina Grande desperta a cobiça de americanos, de olho na xelita. O tema agora sai da ficção e ganha o cinema documental. Começou a ser filmado na região do Seridó Paraibano, o longa O Urânio de Picuí.

“Meu pai nasceu em Picuí, então, uma vez por ano, eu vinha prá Picuí. Durante minha infância, eu escutava histórias sobre os americanos extraindo muito minério aqui. Só depois é que eu fui atinar que tinha um tema para documentário”, disse o recifense Tiago Melo, que dirige o filme em parceria com Antonio Carrilho. O documentário se propõe a analisar a relação da cidade de Picuí com o minério e todo o imaginário em torno disso – sobretudo no que se refere à presença de militares americanos durante o período da segunda guerra, na cidade. “A cidade toda está envolvida no projeto”, disse Tiago. A equipe de produção é guiada por alguns garimpeiros, um deles é Antonio Nêgo Biu. “Em Picuí, é incrível isso! Quase todos os homens trabalham com garimpo. Não estão atuando agora, porque o preço não está muito bom”, explica o diretor. Foi encontrada uma senhora, Dona Rita, que ao lado do ajudante Zé de Berto, chegou a lavar roupa para os militares americanos.

Com base militar em Natal e instalados na cidade de Parelhas, ambos no Rio Grande do Norte, os americanos estiveram em Picuí. Por conta da grande quantidade de minério extraída. Foi quando surgiu entre os moradores, que a bomba atômica jogada em Hiroshima foi construída a partir do minério extraído em Picuí. “O que é certo é que foi retirada uma quantidade muito grande de Tantalita e Columbita. Com beneficiamento desse minério, se extrai o tântalo, fundamental para a produção de armas de fogo de todos os calibres, de pistolas a foguetes”, informa.

Alem dos cinco anos de pesquisa do projeto, para obter mais histórias sobre o minério e a presença dos americanos, um carro de som circulou pela cidade com uma vinheta bem semelhante ao antigo plantão radiofônico do Repórter Esso, conclamando as pessoas para um “debate na sinuca”. “Há vestígios da presença americana. Eles construíram umas coisas. Ainda hoje existe a “Casa de Pedra”, uma casa que foi construída e na parte de trás tem uma pedra grandona, toda oca, que era para guardar dinamite e também minério”, detalha o diretor. O projeto do documentário foi premiado no XI Concurso Ary Severo e Firmo Neto de roteiros, uma parceria entre o governo de Pernambuco e a Prefeitura do Recife. “O encerramento das filmagens vai ser exibindo uma versão do documentário na cidade e colhendo a impressão dos participantes”, conta Tiago, que lamenta não ter recursos para pós-produção. “Vamos ter que tentar outro edital”, acrescenta. Antonio Nego Biu, dona Rita, seu Zé de Berto e seu Inácio, são alguns dos personagens que têm muita história para contar sobre o período em que os militares americanos estiveram em Picuí. Vidal, Bododa e Antonio, três garimpeiros que estão conduzindo o documentário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário